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Dizem que a hipocrisia está, definitivamente, na ordem do dia; que o mundo é dos hipócritas e que a sinceridade já é coisa do passado. A grande verdade é que a todos nos incomoda viver cercados de pessoas hipócritas, com comportamentos que não inspiram confiança, não é mesmo? Isso acontece porque comumente (e por definição) ela está associada à falsidade, à dissimulação, a intenções obscuras.
O problema é que nem sempre conseguimos nos livrar da hipocrisia. Segundo especialistas, este tipo de comportamento permeia a atitude da maioria das pessoas, algumas vezes sem elas se deem conta disso.
A palavra hipocrisia deriva do latim (hypocrisis) e do grego (hypokrisía). Em ambos os casos, suas raízes não remetem a qualquer acepção negativa; estavam concebidas para definir a habilidade para imitar a fala, os gestos, o modo de uma pessoa. Com o passar do tempo, seu significado se transforma, servindo para definir a habilidade de fingir, de representar, de se comportar de forma pouco sincera.
Nesse sentido, e já na atualidade, o comportamento hipócrita vai muito mais além de um sorriso falso ou uma atitude desonesta. Para não ferir ou frustar determinadas normas sociais, para não ameaçar seus projetos e suas expectativas, algumas pessoas condicionam seus comportamentos e sua vida a respostas e reações pouco espontâneas, tratando não só de esconder seus verdadeiros sentimentos, como de encaixar no seu entorno. Se negam viver uma vida com sinceridade, e isso passa fatura.
Cuidado! Todos podemos ser hipócritas em algum momento, seja para cair bem aos colegas do trabalho, para não ferir os sentimentos de alguém, para agradar… não se trata de condenar, mas de tratar de entender se você tem vivido maiormente sob esse espectro e que malefícios tem trazido para a sua vida.
Esses três termos costumam ser confundidos entre eles, mas na vida real é importante ser conscientes de que nem tudo é hipocrisia, que não vivemos numa dicotomia radical de bons e maus.
Preferir moderar nossas emoções (em situações delicadas ou quando pecamos por falta de coragem) para evitar conflitos ou agressões, não necessariamente é hipocrisia… mas bem, significa se comportar com cortesia ou excesso de educação, pois não significa abrir mão da sua opinião. Não obstante, naqueles casos em que uma pessoa emite suas opiniões descaradamente, sem se importar com os demais, e com um fundo satírico que roça o desrespeito, provavelmente você está frente a um cínico, não um hipócrita.
O cínico não tem qualquer intenção de fazer amigos ou de cultivar boas impressões (pense no personagem de Hugh Laurie, na série Dr. House). Já o hipócrita finge se preocupar com determinados valores e circunstâncias, exatamente para aproveitar ao máximo as vantagens de determinada situação (como poderia ser o caso de alguns políticos, por exemplo).
A hipocrisia se trata de um recurso de “manipulação” psicológica. Segundo os especialistas Crispy y Cowton, pode ser dividida em quatro tipos principais:
Vale lembrar que os fatores que desencadeiam uma postura hipócrita podem variar de pessoa a pessoa. Porém, um dos mais importantes costuma ser a baixa autoestima.
Quando nos deparamos com uma pessoa excessivamente hipócrita, atuar com raiva não nos aproxima de uma solução. Se uma pessoa é falsa e se comporta de forma mal-intencionada, acabará usando as reações como justificativa para seus atos. Ou seja, nada mudará. Daí que o caminho mais indicado seja evidenciar esse excesso de hipocrisia, sendo fiel a seus princípios, ressaltando as contradições que podem existir em seu comportamento, sempre de forma diplomática e ignorando as críticas maldosas. É o que demonstrará que ambas pessoas atuam por normas de conduta distintas.
Para quem pratica a hipocrisia em excesso, a consequência direta são os problemas de relacionamento. Cedo ou tarde, estas posturas acabam entrando em contradição, o que desencadeia conflitos nas diferentes esferas de convivência. Se a hipocrisia surge por uma baixa autoestima, por uma falta de autoconfiança, ambas se vêm reforçadas, o que provoca ainda mais mal-estar.
Em casos assim, é importante rever posturas e trabalhar habilidades pessoais, para sanar as bases da convivência. Sempre que necessário, vale à pena recorrer à ajuda de um profissional especializado em desenvolvimento pessoal.
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Fonte: https://br.mundopsicologos.com