- Cuiabá
- TERÇA-FEIRA, 8 , JULHO 2025
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Em julgamento realizado na 11ª Vara Criminal de Justiça Militar em Cuiabá nessa quinta-feira (24), o cabo da Polícia Militar Lucélio Gomes Jacinto, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pela morte do tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Carlos Henrique Scheifer, em maio de 2017. O 3º sargento Joailton Lopes de Amorim e o soldado Werney Cavalcante Jovino, também acusados de participação no assassinato, foram absolvidos.
Scheifer foi atingido no abdome por um disparo de fuzil efetuado pelo cabo Lucélio Gomes Jacinto, em um distrito de União do Norte (700 km de Cuiabá). No dia anterior, o local havia sido palco de confronto entre policiais e suspeitos de assalto a banco, na modalidade “novo cangaço”. Ele chegou a ser levado para o hospital da cidade, mas não resistiu. A ação policial terminou com quatro suspeitos presos e dois mortos, além de outros dois que conseguiram fugir.
A promotora Daniele Crema da Rocha de Souza, que participou do julgamento, apresentou depoimento de algumas testemunhas, também policiais militares, que apresentaram versões conflitantes com as apresentada pelos réus.
Inicialmente, eles sustentaram que a vítima havia sido atingida por disparo efetuado por suspeito não identificado, que estaria em meio à mata, do outro lado da rodovia. Após a realização do laudo pericial ficou comprovado que o projétil alojado no corpo do tenente partiu de um fuzil portado pelo cabo PM Lucélio Gomes Jacinto.
Conforme a promotora, até a data de hoje, o cabo Jacinto não disse a verdade sobre o que aconteceu no dia operação policial que resultou na morte do tenente e que só mudou a versão dada inicialmente após o exame de balística comprovar que o tiro que matou o tenente partiu da arma do próprio Jacinto.
As testemunhas alegaram que o cabo não efetuou nenhum disparo em direção à mata e que a regra de um cenário operacional é fazer a cobertura de fogo para retirar o policial atingido do local. Quando o Scheifer caiu no chão, os policiais não se preocuparam em fazer a segurança do local, segundo elas.
A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Marcos Faleiros, juntamente com Conselho Militar formado por major Heitor Fernandes, o coronel Nerci Adriano Dernardi, o capitão Rondon Souza Alves, o suplente 1° tenente Felipe Silva de Almeida, o capitão Marcos Gomes de Freitas, o suplente Daniel Alves Moura e Silva e o capitão Marco Antônio Souza.
Fonte: Odocumento | Foto: Rogério Florentino