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As duas semanas que antecedem o segundo turno das eleições, que acontece neste domingo (30), foram marcadas por polêmicas, promessas e embates entre os candidatos à Presidência da República no que diz respeito a assuntos econômicas.
De um lado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se viu em meio a polêmicas envolvendo planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, de corrigir o salário mínimo abaixo da inflação e acabar com a dedução de gastos com saúde e educação no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
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Do outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acenou ao empresariado, inclusive regidindo uma carta com a intenção de acalmar o mercado.
Na última semana, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o Ministério da Economia estudava mudar a forma de reajustar o salário mínimo e os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que cresceriam abaixo da inflação.
Guedes e Bolsonaro negaram a informação, e o presidente prometeu aumento real do salário mínimo em 2023, algo que não foi feito desde o início do seu mandato. No Orçamento do ano que vem, já enviado pelo governo ao Congresso, não há, porém, previsão de reajuste acima da inflação, como promete o presidente.
Guede prometeu , ainda, aumentar em 2% acima da inflação o salário de servidores públicos.
Do outro lado, Lula criticou o plano do ministro revelado pela Folha. Anteriormente, o ex-presidente já havia prometido retomar a política de aumento real do salário mínimo atrelado ao Produto Interno Bruto (PIB), vigente seus dois mandatos. Entenda como é feito o reajuste hoje e como era em governos anteriores.
Outra polêmica que atingiu a campanha de Bolsonaro foi um estudo do Ministério da Economia, revelado pelo jornal Estadão , a respeito do fim da dedução de despesas com educação e saúde no IRPF.
Mais uma vez, Guedes negou o plano. O ministro disse que, ao invés de cobrar mais impostos, o governo quer, na verdade, corrigir a tabela do IRPF, isentando mais pessoas.
Em campanha eleitoral veiculada na TV, Bolsonaro ampliou a ofensiva a Lula e prometeu isentar do IRPF todos os trabalhadores com salários de até R$ 6 mil. Atualmente, são isentos brasileiros com salário menor que R$ 1.903,98.
Em seu plano de governo, Lula promete ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil. Além disso, nesta semana o petista disse que pretende fazer uma reforma tributária no Brasil.
O valor de R$ 5 mil é o mesmo que Bolsonaro prometeu isentar em 2018, durante sua campanha à Presidência, mas não cumpriu. Em todo o governo atual, a tabela do IRPF não teve reajuste.
Outro tema econômico bastante em alta é o valor do Auxílio Brasil para o próximo ano. Os R$ 600 mensais estão garantidos apenas até dezembro e, caso o próximo presidente não aprove mudança junto ao Congresso, o valor cai para R$ 400 em janeiro.
Tanto Lula quanto Bolsonaro prometem manter os R$ 600. Nesta semana, Guedes afirmou que manter este valor será prioridade em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.
Do outro lado, Lula disse que, se eleito, já irá começar a conversar com o Congresso para aprovar a manutenção do valor . Em seu plano de governo, Lula promete, além dos R$ 600 às famílias beneficiadas, mais R$ 150 por filho até seis anos de idade.
Se dirigindo para além da população mais pobre, Lula afirmou nesta semana que, caso seja eleito, seu ministro da Economia terá responsabilidade social e fiscal durante sua gestão. O presidente, porém, não confirmou um nome para a pasta, o que vem sendo demandado pelo mercado. “O meu ministro da Economia será o perfil de um cara que tenha muita inteligência política”, disse Lula.
O ex-presidente também publicou uma carta nesta semana com suas principais propostas. Dentre as econômicas, estão um programa para negociação de dívidas e a promessa de mais empregos.
Do outro lado da disputa, Bolsonaro segue usando a máquina pública para chegar fortalecido ao segundo turno. Nesta semana, o governo anunciou Medida Provisória (MP) para ampliar o prazo de pagamento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) de quatro para seis anos.
Com a medida, Bolsonaro se aproxima dos micro e pequenos empresários, público para o qual seu adversário de campanha, o ex-presidente Lula, já fez promessas, como um ministério exclusivo para o setor.
Além da mudança no Pronampe, entre o primeiro e o segundo turno das eleições, o governo federal já anunciou diversas “bondades” econômicas , como o aumento do número de famílias beneficiadas pelo Auxílio Brasil, um programa de negociação de dívidas pela Caixa Econômica Federal e o uso do FGTS futuro para o financiamento de imóveis.
Fonte: IG ECONOMIA