- Cuiabá
- QUINTA-FEIRA, 4 , SETEMBRO 2025
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Uma velha conhecida da agricultura brasileira voltou a acender o sinal de alerta no Norte do país. A vassoura-de-bruxa da mandioca, doença provocada pelo fungo Ceratobasidium theobromae, já responsável no passado por dizimar lavouras inteiras, foi novamente detectada em áreas produtivas do Amapá e do Pará.
Para conter a ameaça, a Embrapa decidiu restringir o acesso a seus campos experimentais em Macapá e Mazagão, no Amapá. O objetivo é proteger o Banco de Germoplasma de mandioca e evitar que o fungo se espalhe. Funcionários seguem em atividade, mas sob rígidos protocolos de biossegurança, como higienização de calçados e veículos e proibição de circulação sem desinfecção entre áreas distintas.
O Ministério da Agricultura já havia declarado emergência fitossanitária em janeiro e lançou, em março, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca. A iniciativa ganhou urgência após a confirmação da doença em unidades de produção de maniva-semente no Amapá e, em seguida, em um território indígena no Pará, próximo à fronteira com o Suriname.
A praga afeta diretamente o desenvolvimento da planta, reduzindo a produtividade e comprometendo sistemas de cultivo que sustentam milhares de famílias da agricultura familiar. Técnicos alertam que, sem manejo adequado, o impacto pode ser profundo: a mandioca é base da alimentação e da cultura alimentar na Amazônia e em várias regiões do Brasil.
Com a volta da vassoura-de-bruxa, a estratégia passa a ser de vigilância intensiva, treinamento de equipes e engajamento de comunidades locais. O desafio é evitar que a história se repita, protegendo a mandioca de uma doença que já mostrou, no passado, sua capacidade de devastar economias inteiras.