Não é o quanto você vive, mas como vive é o que importa. A medida da vida não está no tempo, mas no propósito. Há quem viva muitos anos e nunca tenha de fato vivido, apenas existiu. Por outro lado, há quem viva pouco, mas intensamente em Deus, e deixa um legado eterno.

A vida humana é breve, como diz o salmista no Salmo 90:10: Os dias da nossa vida sobem a setenta anos, ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.

A sabedoria espiritual consiste em viver bem, e não apenas viver muito. O que importa é viver com o coração cheio de sentido, com a alma enraizada na eternidade e com o olhar voltado para o Senhor.

Viver bem é viver com qualidade de presença, não de tempo. É estar inteiro em cada momento, amando, servindo e sendo canal da graça de Deus. Tem gente que sabe sorrir mesmo no meio da dor, porque vive com o foco em Deus e não nas circunstâncias da vida.

A fé não elimina a dor, mas redefine o modo como a enfrentamos. Aquele que vive em Deus aprende a sorrir no meio das lágrimas, porque descobriu uma alegria que não depende das circunstâncias, mas da comunhão com o Eterno.

Paulo é o grande exemplo disso. Mesmo preso, ele escreve aos filipenses: Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.(Filipenses 4:4)

Essa alegria não vem da ausência de problemas, mas da presença de Deus no meio deles. Quem vive com o foco em Deus aprende a olhar o mundo com outra lente, a lente da confiança e da esperança.

Viver com foco em Deus é ver além do caos. É dizer, como Habacuque: Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. (Habacuque 3:17-18)

O sorriso em meio à dor é o testemunho silencioso de uma alma que aprendeu a descansar no caráter imutável de Deus.

A verdadeira vida está em Deus, porque Deus é a própria fonte da vida. Jesus disse em João 14:6: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.

Viver em Deus é viver conectados à videira verdadeira. É pedir que a seiva do Espírito flua por dentro da alma, sustentando, nutrindo e frutificando em nós. Quando vivemos em Deus, a vida deixa de ser uma corrida e se torna uma comunhão.

Não precisamos provar nada a ninguém, apenas permanecer nele. A vida em Deus é simples, mas profunda: é descanso em meio à pressa, é confiança em meio à incerteza, é amor em meio à indiferença.

A vida em Deus é vida plena, não porque temos tudo o que queremos, mas porque Ele é tudo o que precisamos.

A vida em Deus não é uma vida sem dor, mas uma vida com sentido, mesmo na dor. O tempo passa, o corpo envelhece, as estações mudam, mas quem vive em Deus floresce mesmo no deserto.

·  Aplicações para a vida espiritual:

· Redefina o conceito de sucesso espiritual: Não é o acúmulo de dias, bens ou conquistas que define uma vida significativa, mas a profundidade do seu relacionamento com Deus. Busque uma vida de comunhão, não de performance.

· Aprenda a sorrir pela fé: Quando a dor chegar e ela sempre chega, confie. Ore: Senhor, ensina-me a ver-te em meio à tempestade. O foco em Deus é o que preserva o coração em tempos difíceis.

· Viva com propósito eterno: Cada ato de amor, cada palavra de consolo, cada gesto de bondade é uma semente eterna. Faça da sua vida um altar diário, onde tudo o que você é glorifique a Deus.

· Permaneça em Cristo: Não corra atrás da vida, mergulhe na vida que já está em você, pela presença de Cristo. Permaneça nele em oração, na Palavra e em obediência. (Pr. Alcindo Almeida)