Este ano completo quinze anos de ministério pastoral em tempo integral, e para que você não pense que estou ficando velho, logo me defendo dizendo que comecei cedo… Pensar nesta data, me fez empreender um breve balanço da minha caminhada até aqui e, confesso que sou muito grato por tudo que Deus me permitiu viver e alcançar, mas peço misericórdia a Ele, pelo muito que deixei de fazer. Explico, é que realizando algumas contas, por aqui constatei o quanto poderia ter sido mais útil e efetivo no ministério e deixei de fazê-lo. Vejamos, se nestes quinze anos de atividade, eu tivesse escrito um devocional por dia, hoje teria alcançado a impressionante marca de 5475 devocionais! E tem mais, se eu tivesse me dedicado um pouco mais, escrevendo apenas quatro artigos teológicos por ano, hoje teria cerca de 1200 páginas de produção teológica autoral, para não dizer, da falta de registro dos sermões, do tempo dedicado em orações, da leitura da palavra de Deus, visitas e aconselhamentos… Não quero aqui reduzir o ministério a números, ou mero ativismo religioso, e nem sequer discutirei a nossa cultura de procratisnação, improviso e pouco ou, nenhum registro, isto caberia em outro lugar, num outro momento. Só gostaria de assumir aqui com vocês que poderia ter feito muito mais com o tempo e as incríveis oportunidades que já tive em minhas mãos.
Conta-se que Schindler, ao final da Segunda Guerra, embora tenha feito uma obra notável de proteção aos Judeus, ajudando-os a escaparem do regime Nazista, teria expresso o seu desapontamento dizendo que poderia ter feito mais, muito mais. O pregador e grande evangelista D. L. Moody, tinha um compromisso de todos os dias falar de Cristo, nem que fosse para ao menos uma pessoa. Moody seguiu este compromisso, ao longo de sua vida, e conta-se que num dia de rigoroso inverno em Chicago, ele decidiu permanecer em sua casa debaixo dos cobertores. Quando estava tentando dormir, a sua consciência não o permitiu, e ele finalmente levantou-se colocou uma roupa de frio e saiu vagando pela noite até que falou com uma pessoa que entregou a sua vida ao redentor. A.W. Tozer afirma que pessoas usadas por Deus, são aquelas que fazem votos espirituais e os cumprem, da mesma forma, pessoas que se destacam em qualquer setor da sociedade, são aquelas estão ocupadas, não negligenciam as pequenas tarefas que lhes foram confiadas, e por esta razão, recebem novas resposabilidades. O versículo em destaque, ensina que devemos empreender todos os nossos esforços, para sermos úteis, realizarmos projetos, fazermos uma boa obra enquanto estamos por aqui, para que assim, não neglicenciemos os dons, recursos e tempo que nos foram confiados. Querido leitor, não desperdice a sua vida, ame as pessoas, seja útil, anuncie o evangelho e viva intensamente para a glória de Deus!

Oremos ao Senhor: Deus, quando consideramos a nossa vida, duas certezas nos ocorrem, primeiro, ela possui inestimável valor, e segundo somente por sua graça obtemos realização. Conceda-nos a graça de bem conduzi-la, e se falharmos lembra-nos que Cristo é nosso advogado e redentor. E que ao invés de lamentarmos as oportunidades perdidas, ou chorarmos o leite derramado, venhamos simplesmente limpar a cozinha, servindo-te com redobrada disposição. Graça te damos pois é o Senhor quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar nos concedendo novas oportunidades todos os dias. Amem!

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Manoel Gonçalves Delgado Jr – É formado em Teologia pelo Instituto
Bíblico Augusto Araújo, IBAA em Cuiabá-MT, Graduado e mestre em Teologia Prática
pela Faculdade de Teologia Metodista Livre, FTML ,SP, treinado em Liderança Cristã
Avançada e Andragogia pelo Instituto Haggai do Brasil, doutorando em ministério
pastoral pelo Seminário Servo de Cristo, SP. Atualmente é pastor efetivo da Igreja
Presbiteriana de Lucas do Rio Verde e Coordenador do polo de teologia do IBAA, em
Lucas do Rio Verde, MT, lecionando as disciplinas de História da Igreja, Missões,
Cosmovisão Cristã, Educação Cristã. Fundador da Associação Beneficente Evangélica
de Lucas do Rio Verde. Casado com Alzenir e pai de Anna Heler Delgado.