O Ministério Público Estadual (MPE) recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para que a fiança arbitrada ao empresário Marcelo Cestari,46 anos, pai da adolescente acusada de ter matado de forma acidental Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, no condomínio Alphaville, em Cuiabá, em 12 de julho,  seja majorada de R$ 52,2 mil para R$ 104,5 mil (100 salários mínimos).

Cestari foi indiciado por posse ilegal de armas de fogo, já que na sua residência – local onde Isabele morreu-, foram apreendidas duas armas de fogo sem registro. A fiança foi arbitrada em R$ 52,2 mil após a defesa alegar que Cestari enfrenta dificuldades financeiras em sua empresa devido ao período de pandemia. Para comprovar a veracidade da alegação, foi apresentado a comprovação de dois  empréstimos recentes, que somam cerca de R$ 500 mil. “A empresa do investigado, no ano de 2020, faturou menos de um terço do que havia faturado até julho do ano passado, sendo que no corrente ano acumula prejuízo de R$ 636.965,50”

Porém, o MPE rebateu esse argumento, dizendo que, mesmo declarando dificuldades financeiras, Cestari gastou mais de R$ 45 mil com materiais bélicos importados dos Estados Unidos nos últimos meses. “Salta aos olhos a desproporcionalidade quando se sabe que o próprio valor dos ‘materiais bélicos’ acautelados do recorrido quase se iguala ao valor da fiança fixada pelo juízo. Portanto, apenas com aquisição de produtos bélicos, o recorrido teve gastos na ordem de R$ 45.309,47, sendo a grande maioria desse valor já durante a pandemia que assolou o planeta neste ano de 2020”, diz o MPE.

Marcelo Cestari chegou a ser preso por porte ilegal de armas na noite em que a menor foi morta, porém, foi liberado, após pagamento de R$ 1 mil arbitrado pelo delegado plantonista. Logo depois, o juiz João Bosco Soares majorou o valor para R$ 209 mil, e por último, a valor ficou definido em R$ 52,2 mil. O patrimônio de Marcelo Cestari é avaliado em R$ 15 milhões.

Fonte:   Odocumento