O autoconhecimento é, talvez, uma das coisas mais difíceis da vida. Às vezes não sabemos quem somos, ou pensamos que sabemos, quando na verdade, nos vemos com as máscaras que usamos em cada situação, dependendo das circunstâncias. Estamos vivendo muitos papéis, e achamos que somos aquilo que sonhamos ser, porque na verdade estamos sendo, mas não somos aquilo que estamos vivendo, e não vivemos o papel de sermos nós mesmos.
Outra coisa muito difícil é a auto aceitação. Quem sabe não gostamos do que somos? Será que a nossa autoimagem nos parece pobre, ridícula? Será que estamos inventando um outro ser dentro de nós, por que não construímos uma autoimagem que valha a pena ser admirada? Será que somos infelizes porque o ser que vive diariamente não existe? Será que o ser que foi criado para ser feliz foi castrado, anulado? Será que o ser que nasceu para vencer está acorrentado numa masmorra, num abismo profundo, dormindo um pesado sono, e não queremos mostrá-lo ao mundo? Será que o “eu mesmo” tem “permissão” para se libertar? A vida está passando, mas será que outro ser que não existe está vivendo no lugar dele?
É a máscara que faz a diferença. Debaixo da máscara está o nosso “eu” real, o “eu mesmo”. A sua personalidade, o rosto que você mostra ao mundo, pode, muitas vezes, ser apenas uma “fachada agradável para esconder um caráter desprezível e medíocre”; somos, quem sabe, um sepulcro “caiado”, escondendo “carne dado aos vermes”. O sorriso que as pessoas veem em nós, pode não ser o nosso, pode ser o sorriso estampado na máscara; aí então, por trás da máscara, o que se vê é o medo, a tragédia, a dor do não poder ser, a lágrima da decepção, o grito preso na garganta; o que se vê é uma agitação constante, tentando quebrar as correntes que nos prendem.
Quebre as algemas que te prendem! Liberte-se!

A Formação da Personalidade
Alguém definiu a personalidade como a “forma que cada um tem de pensar sentir e agir”.
Dou a palavra a TIM LAHAYE: “A personalidade é o semblante externo de nós mesmos, que pode ser igual ou não ao nosso caráter, dependendo de quão autêntico sejamos”.
Na verdade, a personalidade é fruto de duas heranças, chamadas de herança genética e herança cultural.
Biologicamente falando, nascemos com certas predisposições físicas e mentais, com tendências que são geneticamente pré-programadas. Rousseau chegou a dizer que o homem nasce bom, e que a sociedade o corrompe. Eu, particularmente, não creio que o homem tenha sido concebido sem defeito, mas sei que o homem nasce com o vírus do pecado, herdado de Adão, mas tenho que concordar com o referido filósofo que a influência do meio é muito importante. O fator mesológico, os condicionamentos, atuam no ser humano principalmente até os sete anos de idade.
Finalizando, dou a palavra a um sábio:
“O que for a profundeza do teu ser, assim será o teu desejo”.
“O que for o teu desejo, assim será a tua vontade”.
“O que for a tua vontade, assim serão os teus atos”.
“O que forem os teus atos, assim será o teu destino”.
(brihadaranyaka upanishad iv, 4.5)

CorrêaAbraão (José Corrêa)