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Em entrevista na rádio CBN São Paulo, nesta quinta-feira (25), o governador Mauro Mendes (DEM), disse que Mato Grosso, a exemplo de outros estados brasileiros, vive grandes dificuldades por conta da grande incidência de casos do coronavírus.
“A exemplo de outros estados brasileiros, Mato Grosso vive neste momento, grandes dificuldades. Estamos com uma taxa de ocupação de UTIs de 97%. Isso significa praticamente todos os leitos ocupados, esse pequeno número é uma reserva técnica que tem dentro dos hospitais”, disse o democrata.
Segundo o governador, “Mato Grosso é hoje o estado brasileiro com o pior nível de distanciamento. É uma opção que a sociedade tem feito, embora tenhamos feito campanhas pesadas, e apesar da mídia explorar constantemente o tema pandemia, me parece que boa parte da população não está nem aí, o agronegócio, por exemplo, não quer paralisação, as pessoas estão tocando a vida como se tivesse na normalidade”, desabafou Mendes.
“Uns pregam o distanciamento, outros pregam que a vida tem que tocar normalmente. Mandei um projeto para a Assembleia para antecipar feriados, mas a Assembleia Legislativa reprovou esse projeto. O Estado vive um momento de esforço muito grande para tentar conter a pandemia e atender a população. Nós tomamos várias medidas ao longo da pandemia, mas ela sempre se supera”, adiantou.
Mendes garantiu que o Estado tem estoque de insumos. “Em relação aos insumos, o governo de Mato Grosso fez um estoque que dá para atravessar essa crise, porém, nós temos prefeituras, hospitais privados que enfrentam sim algumas dificuldades. A gente tem vários pedidos e tentamos atender com cautela para preservar o estoque diante da crise de abastecimento vivida no Brasil. Ela é grave, é séria em função do aumento gigantesco de consumo que houve aí nos últimos meses”.
Questionado sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro, o governador democrata disse que vê com bons olhos a mudança de comportamento. “Que bom que o governo federal mudou um pouco, está mais proativo, chamando para conversar, existe nitidamente uma mudança de comportamento. Se isso estivesse acontecido desde o início, provavelmente nós teríamos um cenário um pouco melhor ou menos pior no Brasil como um todo”.
Segundo Mendes, “é impossível imaginar que um presidente, de qualquer país do mundo, e aqui no Brasil não é diferente, não tenha a capacidade de influenciar a sua população. O presidente é um líder que chegou ao poder com uma característica muito forte. Ele confrontou a classe política, confrontou o PT, ele fez um embate muito duro. Virou presidente contrariando tudo e a todos, ninguém imaginava que o Bolsonaro, há dois anos antes da eleição, seria presidente do Brasil”.
“Ele influencia sim, qualquer líder, de maior ou menor grandeza, tem o papel de influenciar. No Estado, muitos não querem nem ouvir falar em distanciamento, em paralisação, isso é um direito que as pessoas têm, mas têm consequências, nós temos hoje um grande número de mortes em função disso, pessoas circulando muito, vírus circulando, muita contaminação, somos hoje o segundo estado que mais testa. A probabilidade é de ter muitas mortes. É uma opção que as pessoas estão fazendo e a gente lamenta muito isso. Temos tentado mudar, mas é uma opção que muitos estão fazendo”, completou.
Foto: Mayke Toscano | Fonte: Odocumento