- Cuiabá
- QUINTA-FEIRA, 15 , MAIO 2025
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O agronegócio do estado de São Paulo encerrou os quatro primeiros meses de 2025 com saldo positivo de R$ 38,3 bilhões na balança comercial, resultado de exportações que somaram R$ 49,6 bilhões e importações de R$ 11,3 bilhões. Embora o superávit se mantenha expressivo, os números apontam uma retração de 15,3% em relação ao mesmo período do ano anterior — reflexo direto da queda de 11,6% nas exportações e da elevação de 6,5% nas importações.
A desaceleração no comércio exterior do setor é puxada principalmente pelo recuo nas vendas do complexo sucroalcooleiro, que movimentou cerca de R$ 12,2 bilhões e teve redução de 46,2% no desempenho, ainda que continue como o grupo de maior peso na pauta estadual. Açúcar respondeu por quase 89% desse valor, seguido pelo etanol.
Outros segmentos importantes também enfrentaram perdas: produtos florestais caíram 3,6% e o complexo soja recuou 4,5%. Ainda assim, juntos, os cinco principais grupos — sucroalcooleiro, carnes, sucos, florestais e soja — responderam por 72,7% de tudo que foi exportado.
No sentido oposto, alguns setores avançaram com força. O café teve alta de 63,7% nas vendas externas, alcançando R$ 3,7 bilhões, impulsionado sobretudo pelo café verde e solúvel. Os sucos — quase totalmente representados pela laranja — cresceram 35%, enquanto as carnes, com predomínio da proteína bovina, aumentaram 23,1%.
Esse movimento de reequilíbrio entre grupos de produtos mostra um agro estadual que busca diversificação como resposta à volatilidade internacional. Os Estados Unidos, por exemplo, aumentaram significativamente as compras de carnes, produtos florestais e café. A China expandiu as aquisições de soja e carnes, enquanto a União Europeia manteve interesse em sucos e produtos vegetais processados.
Com 16,5% de participação nas exportações totais do agronegócio brasileiro no quadrimestre, São Paulo segue como líder nacional, mesmo com perda de espaço. Mato Grosso (16,3%) e Minas Gerais (12,2%) vêm logo atrás.
As importações, por sua vez, cresceram puxadas por compras de insumos e tecnologia. Fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas continuam a compor a maior parte do volume adquirido pelo setor paulista, refletindo o perfil altamente industrializado e tecnificado da produção agropecuária local.
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